quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Carlos Nepopo e Celso Lorna Washington dois ícones  do cenário brasileiros - Foto: Vagner de Almeida

 Para Gays, Preconceito Torna Velhice Ainda Mais Difícil
[DIEGO ZERBATO - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA]


O preconceito e a falta de direitos civis, que são problemas para todas as idades, acentuam as consequências do envelhecimento para os homossexuais. Esse é o resultado de uma pesquisa feita pela ONG inglesa Stonewall com gays, lésbicas, bissexuais e heterossexuais maiores de 55 anos no Reino Unido.


O estudo, divulgado em setembro, revela que 34% dos gays e bissexuais homens foram diagnosticados com depressão e 29% com ansiedade, o dobro em relação aos heterossexuais da mesma faixa etária. Nas mulheres, as diferenças entre os dois grupos são menores, mas os percentuais ainda são maiores entre as lésbicas (40% e 33% contra 33% e 26%).


O número de homossexuais idosos que consomem drogas é quatro vezes maior que entre os heterossexuais (9% contra 2%), assim como é maior o consumo de álcool e cigarro.


Mário Angelo/Folhapress/14.jun.09


Homens na Parada do Orgulho Gay de São Paulo, em 2009. Preconceito dificulta vida idosa de homossexuais.


De acordo com pessoas entrevistadas pela reportagem, a realidade é parecida no Brasil, apesar de não haver dados e pesquisa semelhante para comparar.


"O gay velho é muito mal visto na sociedade, até entre os próprios gays", afirma o funcionário público Mário Tatsumoto, 50.


"Aqui no Brasil, os homossexuais não saem mais de casa quando passam de 30. Na Europa, o que você vê na rua são os gays de 40 a 60 anos", concorda o baiano Antônio Almínio, 55, que mora em São Paulo há mais de 30 anos.


DIFERENÇAS NA SAÚDE


O preconceito em relação à orientação sexual acaba afetando a qualidade do atendimento público de saúde para esse grupo. Em 14% dos casos pesquisados no Reino Unido, os parceiros de homossexuais não puderam opinar sobre tratamentos para seu companheiro e 25% presenciaram algum tipo de discriminação pela orientação sexual.


A pesquisa da ONG Stonewall também aponta que o atendimento em asilos e residências para idosos é feito por profissionais que não são treinados para lidar com gays, lésbicas e bissexuais.


Uma das alternativas para tentar driblar o preconceito é criação de residências exclusivas para homossexuais, que já existem na Europa, nos Estados Unidos e na Argentina.


"A criação desse tipo de casa é vista por muita gente como uma volta ao gueto, mas é uma oportunidade de socialização para os gays de baixa renda", afirma o técnico em informática Regis Cardoso, 52, criador do blog e do site "Grisalhos", que fala sobre saúde e relacionamentos com gays maduros.


O escritor João Silvério Trevisan, 66, que deu auxílio a gays idosos em dificuldades financeiras e com problemas de saúde, critica esse tipo de iniciativa. "Por que, em vez de fazer asilos, a sociedade não pode criar grupos para ajudar esses gays da terceira idade?"


Pesquisador do Núcleo de Identidade de Gênero e Subjetividades da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Fernando Pocahy, 40, diz que é preciso oferecer atendimento aos idosos de forma indiscriminada. Ele sugere a organização de residências coletivas entre grupos de amigos gays.


"É uma alternativa para essas pessoas viverem melhor, construindo vínculos com seus pares, e envelhecerem juntos."

Maiores informacões sobre o Projeto - Terceira Idade:Homossexualdiade e Prevenção das DSTs/HIV/AIDS, entrar em contato com Vagner de Almeida e Juan Carlos Raxach na ABIA - tel: 21- 22231040 / 81070109
e-mails: vagner.de.almeida@gmail.com
               juancarlos@abiaids.org.br
               abia@abiaids.org.br 
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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

 Projeto Terceira Idade Homossexualidade e Prevenção do HIV 
ABIA-Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS
Avenida Presidente Vargas 446/13* andar - Centro - Rio de Janeiro
Telefone: 21-2223-1040

Participe!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Criação `A 4 Mãos

"Máscaras"

Um filme de Vagner de Almeida

Produção: ABIA - Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS 

 Fundação Schorer

Através da voz dos protagonistas, o filme documentário rompe silêncios sobre uma série de tabus relacionados à vida com HIV/AIDS e tem como objetivo estimular a reflexão e o debate franco e solidário com e entre soropositivos e soronegativos. 


Durante uma oficina para elaboração de Máscaras na sede da ABIA, jovens homossexuais e idosos vivendo com HIV/AIDS compartilharam entre si suas vivências e experiências.

Mais do que encobrir, a preparação das máscaras instiga um jogo de revelações, no qual questões como sexo seguro, família, estigma, uso de medicamentos, relacionamentos afetivos e conjugais, são discutidos sem pudor por quem vive na própria pele os desafios impostos pela homossexualidade, pelo HIV/AIDS e o sistema de saúde.


O filme documentário entra em circuito nacional em março.


Maiores informacões sobre o lançamento do filme entrar em contato com Vagner de Almeida e Juan Carlos Raxach na ABIA - tel: 21- 22231040 / 81070109
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Gays idosos sofrem mais riscos de viverem solitariamente

Gays idosos sofrem mais riscos de viverem solitariamente!

Em levantamento da ONG Stonewall, ativistas alertam para os cuidados a serem tomados e preveem uma crise na saúde e moradia para essa população.

Ben Summerskill: "Milhares de gays estão envelhecendo sem apoio de suas famílias e sentindo a falta de estrutura, que pessoas heterossexuais desfrutam."


Homens e mulheres gays da Grã-Bretanha têm muito mais probabilidade de acabarem vivendo sozinhas, e têm menos contato com suas famílias ao longo da vida, do que as pessoas heterossexuais, segundo o inovador relatório, que levanta questões importantes sobre como a sociedade responde às suas necessidades.


O relatório, o primeiro sobre o assunto, tem implicações para GPs, saúde e serviços sociais, num momento em que a população da Grã-Bretanha está ficando mais velha. Estima-se que há um milhão de lésbicas, gays e bissexuais na Grã-Bretanha, por volta dos 55 anos de idade.

A pesquisa, encomendada pelo grupo Stonewall, descobriu que homens mais velhos, gays e bissexuais, têm até três vezes mais probabilidade de ficarem solteiros, em comparação com homens heterossexuais.


Pouco mais de um quarto de gays e bissexuais, e metade das mulheres lésbicas e bissexuais têm filhos, em comparação com cerca de nove em cada 10 homens e mulheres heterossexuais. Eles também têm menos probabilidade de ver os membros de sua família biológica regularmente. Menos de um quarto das pessoas LGBTs veem seus familiares biológicos pelo menos uma vez por semana, em comparação com mais da metade das pessoas heterossexuais, de acordo com o levantamento feito com 1.050 heterossexuais e 1.036 pessoas LGBTs, com idade superior a 55 anos.


"Esta pesquisa pioneira, confirma o que já sabíamos intuitivamente, que há centenas de milhares de gays e lésbicas envelhecendo sem a mesma estrutura e apoio familiar que muitas pessoas heterossexuais desfrutam", disse

Ben Summerskill, presidente-executivo da Stonewall. "Muitas vezes, é porque suas famílias os deserdou apenas por conta de sua orientação sexual."

A iminente perspectiva de solidão, é um tema recorrente entre os entrevistados do relatório. "Como gay, eu me sinto triste com as minhas perspectivas de encontrar conforto emocional e apoio", disse Michael, 60 anos, aos jornalistas.


Paul, 59 anos, disse: "Minha homossexualidade me faz menos ligado a minha família biológica."


As perspectivas de uma velhice solitária, é a explicação, segundo a pesquisa, do porque as pessoas LGBTs são consistentemente mais ansiosas, sobre o envelhecer, do que as pessoas heterossexuais.


Com redes de apoio diminuídas, em comparação com seus pares heterossexuais, eles são mais propensos a confiar em serviços de apoio formal à medida que envelhecem. O relatório do grupo Stonewall, encontrou quase duas vezes mais chances dessas pessoa contarem com serviços externos, como clínicos gerais e serviços sociais, em comparação as pessoas heterossexuais. Mas muitos temem que os serviços não atendam às suas necessidades. Três em cada cinco não estão confiantes de que os serviços de apoio irão satisfazer as suas necessidades.


Cerca de 72% das pessoas LGBTs disseram que estavam preocupadas com a perspectiva de necessitarem de cuidados mais tarde, em comparação com 62% de pessoas heterossexuais. Metade deles disseram que estavam preocupados com moradia em comparação com 39% das pessoas heterossexuais, enquanto 69% estavam preocupados com sua saúde em comparação com 59% de pessoas heterossexuais.


Frank, 64 anos, disse: "Eu me preocupo em meu parceiro adoecer ou morrer, e de deixá-lo sozinho, se eu morrer primeiro."


James, 55 anos, disse: "Ser gay e ficando mais velho é como não ser gay e ficar mais velho, no entanto, as dificuldades são maiores."


Seus medos são agravados por seu estilo de vida. Os gays são muito mais propensos a beber álcool regularmente, tomar drogas e tem um histórico maior de problemas de saúde mental, do que as pessoas heterossexuais.


Mas, apesar dessas preocupações, muitos se sentem desconfortáveis em revelar sua sexualidade para aqueles que trabalham nos órgãos de saúde pública e de setores de apoio. Quase metade disse que seria desconfortável ter um cuidador de pessoal em casa, e um terço se sentiria desconfortável tendo que sair e ter um cuidador pago.


"Pela primeira vez, esta geração de gays idosos, mostram desejo de serem tratados com mais respeito por ambos os prestadores de serviços, públicos e comerciais", disse Summerskill.


"Eles querem ser capazes de compartilhar um quarto num lar de idosos, ou de apoiar seus parceiros em estágio terminal, como qualquer outra pessoa."


Summerskill expressa a preocupação de que, os sistemas de apoio da Grã-Bretanha falhem em reconhecer que nem todos os casais são iguais.


■ 40% dos gays e bissexuais masculinos, com mais de 55 anos, são solteiros, em comparação com 15% dos homens heterossexuais.


■ 41% das lésbicas, gays e bissexuais com mais de 55 anos, vivem sozinhos, em comparação com 28% dos heterossexuais.


■ 8% das lésbicas, gays e bissexuais com mais de 55 anos, veem os membros de suas famílias algumas vezes por semana, em comparação com 21% de pessoas heterossexuais.


■ 15% das lésbicas, gays e bissexuais com mais de 70 anos, trabalham, em comparação com 6% de pessoas heterossexuais.


■ 9% das lésbicas, gays e bissexuais com mais de 55 anos, têm tomado drogas no último ano, em comparação com 2% de pessoas heterossexuais.
Maiores informacões sobre o Projeto - Terceira Idade:Homossexualdiade e Prevenção das DSTs/HIV/AIDS, entrar em contato com Vagner de Almeida e Juan Carlos Raxach na ABIA - tel: 21- 22231040 / 81070109
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